Mamãe….

Mamãe….

Mamãe….
Mamãe era mais que uma mulher.

Era duas, três mulheres…
Era todas as mulheres do mundo.
Mamãe capinava, roçava, plantava…
Ainda lhe sobrava tempo para amar.
Amava seus filhos ternamente.
Nos beliscava, nos mordia, nos acariciava.
Mas era tudo amor.
Amor puro de mãe pura.
Na madrugada,
O fogão à lenha clareava toda a casa.
Mamãe soprava, soprava e a água fervia.
O silêncio informava que Papai já estava em pé.
O ar puro confidenciava que o café puro já estava pronto.
Café puro. Feito por mãos puras e ternas.
Hoje, Mamãe não capina, não roça, não planta mais.
Mas continua amando…
Tenho saudades de seus beliscões.
De suas mordidas…
De suas carícias…
Daquelas manhãs de silêncio…
Hoje, o ar não é mais puro.
O café não é puro e nem cheira tanto.
E o silêncio não permite que eu ouça Papai…
Apenas Mamãe continua pura.
Pura como o sorriso puro de uma criança pura.
E a saudade sempre aparece…
Quando ouço o pio triste,
De um sabiá no meu pensamento.

 

Poema: Marco Antonio do Nascimento Imagem: Pinterest

A gente quer te enviar promoções e coisas pra te encantar. Para receber, é só assinar.